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Blog literário, com conversas fiadas sobre estilo de vida saudável, animais e afins!
Olá!
Hoje trago-vos mais uma opinião, de um e-book que li recentemente: Na Sombra das palavras. Este livro foi editado pela Editorial Divergência, em Julho de 2014. "Tropecei" nesta editora há pouco tempo e trata-se de uma editora que vai de encontro a todas as minhas expectativas sobre o trabalho de uma Editora em Portugal: não usar o acordo autográfico, dar primazia a novos e emergentes autores/as portugueses/as e com edições amigas do ambiente! Tem sido a minha estreia em leituras de e-books e, apesar de ser uma consumidora voraz de edições físicas, para aumentar o meu acervo fabulástico de livros, confesso que além de práticos e convenientes, são menos árvores que são destruídas no planeta!
A Editora aposta em ficção especulativa, aliando sobrenatural, fantástico e/ou ficção científica nas suas edições. Escolhi, então, ler uma compilação de contos de autores portugueses, num mix de thriller e fantástico, como refere a sinopse.
Sinopse: Na Sombra das Palavras” reúne cinco contos de autores portugueses, combinando thriller e fantástico em histórias de amor, memórias esquecidas e encontros com a Morte e Deus. As palavras transportam o leitor para labirintos, panópticos, livrarias e memórias longínquas. Com contos da autoria de Ângelo Teodoro, David Camarinha, Fábio Ventura, João Ventura e Mário Seabra.
Autores: Ângelo Teodoro, David Camarinha, Fábio Ventura, João Ventura e Mário Seabra
Versão: E-Book (.pdf, .epub, .mobi)
36 páginas
Opinião: É necessário referir que esta compilação de contos advém de um concurso, que teve lugar em 2014 e organizado por uma blogger (Bran Morrighan) em colaboração com a Editorial Divergência, a associação da Cultura FNAC e os apoios da Editorial Presença e da Saída de Emergência. Foi possível devido ao entusiasmo comum em combinar dois géneros diferentes, o thriller e o fantástico.
Sendo então um livro de contos lê-se bastante rápido. Os contos são curtos e muito fluídos. Não conhecia nenhum dos autores e foi uma óptima forma de conhecer a escrita de cada um/a. Passemos agora à minha opinião de cada um dos contos.
A leitura deste conto foi super rápida, a escrita foi inebriante, envolvente e mágica! Cativou-me instantaneamente o facto de a personagem principal ser um livreiro e depois todo o clima fantasmagórico deu um toque especial à história. O desfecho do conto foi simplesmente fantástico. Só faltou ter sido um pouco mais longo, para ter prolongado esta sensação de entusiasmo crescente ao longo do desenrolar da história!
O autor tentou introduzir elementos históricos, com um toque de religião nesta história e torná-lo um pouco thriller histórico, com um desfecho apocalíptico. A leitura foi um pouco menos fluída do que o anterior, mas interessante e agradável.
Foi um conto com uma escrita mais complexa, com um conceito muito interessante, mais ou menos descritivo, introduzindo conceitos metafísicos, que a meu ver, se foram perdendo na história. Um conto fantástico, mas que a leitura foi menos prazeirosa.
Gostei bastante desta história, envolta num clima de mistério e figuras demoníacas. A nossa personagem desfila, num clima de confusão e medo, culminando num único final possível, mas bem conseguido.
Este conto foi o que me deixou com mais vontade de querer saber mais! Gostaria que fosse mais longo, com capítulos, para acompanhar o desenrolar da história e saber mais sobre aquele universo fantástico onde se fala sobre pessoas com memórias apagadas e onde existem os retomantes que, intencionalmente ou não, as conseguem recriar, depois de apagadas. A materialização de memórias é considerado um crime, delito de primeiro grau e, como tal, queria saber o porquê e foi o que me deixou com mais expectativas e em pulgas para saber mais, assim que o acabei!
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Resumidamente, adorei esta leitura e ter tido contacto com novos autores! Gostei também das ilustrações que se apresentam no início de cada conto, em traços a carvão e preparando-nos ou ambientando-nos à atmosfera do texto que se seguia! O único apontamento menos positivo que faço, prende-se com a edição do e-book, em que a leitura em duas colunas não se torna a melhor, na minha opinião, tendo preferido que tivesse sido em texto corrido.
Classificação no Goodreads:
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E, por último, não se esqueçam, se tiverem um conto escondido na gaveta, enviem-no para a 1ª Edição do Concurso Nacional de Contos de Ficção Especulativa - mais info aqui - em que o prazo termina a 28 de Fevereiro de 2018, portanto não há desculpas!!!
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Olá a todos & olá Primavera!
Entre muitas outras celebrações, ontem, além de ter sido o dia que marca o início da Primavera ou Equinócio de Primavera, foi também o Dia Mundial da Poesia!
Sendo assim, decidi marcar este dia com uma leitura apropriada e a descoberta de uma nova autora portuguesa! O seu nome é Sara Costa e o livro (e-book) que li é O Movimento Impróprio do Mundo
PELAS ESTRADAS
se as árvores se diluem no alcatrão
e os campos temem os carros que nunca lhes tocam,
é porque o céu é uma miragem líquida
esquecida por cima das vidas alheias
que me trespassam a voz.
é quando deixo que o olhar se despiste violentamente
contra o pensamento
que desejo a vida dos postes de electricidade.
dá-me a sombra do movimento
e a ansiedade nómada,
a paz de saber que todo o conflito é permanente.
dá-me todas as paisagens portuguesas que tiveres
preciso de um auto-retrato de montanhas e mar.
preciso do sol a acender as vertigens
com uma nuvem impúdica
que cresce no reflexo dos dedos.
deixa que o autocarro entre a fundo no Inverno atlântico
a que chamamos casa.
O Município de S. João da Madeira promove o Prémio Literário João da Silva Correia, grande escritor sanjoanense, pretendendo não só distinguir este importante nome da cultura, como também promover e consolidar hábitos de leitura e de escrita criativa, através de uma iniciativa que estimule e incentive o aparecimento de novos valores. Em 2015, a escolha recaiu sobre a obra O Movimento Impróprio do Mundo, de Sara F. Costa. Neste livro a autora apresenta uma escrita fluida e apelativa, tonalizada com algum humor aparentemente simples, mas trabalhada e consistente. Abordando temáticas atuais e referências a símbolos identitários nacionais, o livro premiado contém um conjunto de poemas que desenvolvem uma reflexão poética intensa e envolvente em torno do quotidiano da própria poeta, transportando o leitor para universos marcadamente pessoalizados.
É uma escrita muito fluída, sem grandes floreados ou palavreado complicado. Relata-nos situações do mundo mundano, com referências modernas, desde o desemprego, a internet, a comum loja do chinês ao virar da esquina ou até sapatos loubotin. Critica bastante a sociedade e os valores morais e sociais e, dessa forma, vai descrevendo, de uma forma crua, a sociedade dos dias de hoje. É uma viagem pelos sentidos, no sentido em que nos transporta para situações bastante descritivas e reflectivas. Poemas como "O ciclo da vida", fazem-nos reflectir sobre a nossa própria (in)existência, sem lógica. Outros levam-no para universos mais pessoais, personalizados. Gostei bastante da leitura.
A minha classificação no Goodreads.
Sara F. Costa (1987) é natural de Oliveira de Azeméis, com percurso escolar feito em S. João da Madeira. É licenciada em Estudos Orientais e Mestre em Estudos Interculturais: Português/Chinês pela Universidade do Minho e Universidade de Línguas Estrangeiras de Tianjin, China. Tem publicadas as obras poéticas: – A Melancolia das Mãos e Outros Rasgos (Prémio Literário Serra da Lousã, Pé de Página editores); – Uma Devastação Inteligente (Prémio Literário João da Silva Correia, Atelier Editorial); – O Sono Extenso (Prémio Literário João da Silva Correia, Âncora Editora) e ganhou, com este livro o Prémio Literário João da Silva Correia
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Outras datas importantes (21 de Março):
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